O programa Piauí de Riquezas leva você em uma viagem através do tempo, mais especificamente na chegada dos imigrantes árabes em Floriano, município distante 240km de Teresina. A cidade, que tinha a economia movimentada pelo extrativismo da cera da carnaúba e fibra do tucum, aos poucos viu mudanças significativas na economia acontecerem com o incentivo do comércio por parte dos novos habitantes.
De acordo com o historiador Djalma Nunes, os primeiros árabes chegaram ao Brasil em 1889. Uma das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes foi a comunicação, por não saberem a língua e terem uma cultura diferente.
Djalma ressaltou que isso poderia afetar a principal atividade dos imigrantes, o comércio, já que a fala é um dos principais instrumentos de trabalho dessa atividade, mas eles conseguiram superar a dificuldade.
“Eles fizeram uma rota comercial, contribuindo com a parte arquitetônica e ajudando a cidade a crescer", explicou o historiador.
Alguns comércios e residências do Centro da cidade foram edificados por árabes. Muitos ainda permanecem preservados, pois foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Atualmente, alguns comerciantes de descendência árabe permanecem no centro da cidade, passando a sua cultura de geração para geração. Um deles é o sírio Hassan Lobo, que chegou ao Piauí ainda criança, aos 8 anos de idade.
“Cheguei com um primo de papai, que chamou a gente para morar aqui. Meu pai não achava justo ele vir sozinho e trouxe a família toda”, contou Hassan.
Mesmo nascidos no Brasil, alguns descendentes decidiram manter a cultura e preservar a história de seus antecessores. É o caso de Salomão Oka, neto de árabes por parte de mãe e pai.
O descendente contou que procura fazer um resgate da história dos árabes na cidade com objetos da literatura e música, preservando correspondências e documentos.
“Esses registros existem e a gente quer preservar as histórias das famílias e das pessoas que fizeram a nossa cidade mais bonita”, disse Salomão.