Falha humana é principal motivo da queda de avião que matou piloto em Teresina

Além da falha do piloto, diversas irregularidades foram apontadas pelo Cenipa e pela Polícia Civil.

A queda de um avião em Teresina (PI) na última sexta-feira (28), que causou a morte de um piloto, foi ocasionada por falha humana. A informação foi apontada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) após investigação e perícia sobre o acidente. A informação foi confirmada pelo delegado Odilo Sena, responsável pelo inquérito do caso. 

"O indicativo do Cenipa é que houve uma falha humana grave. O piloto tinha pouca experiência. Ele fez um procedimento, conhecido como ripe, onde deu uma guinada no bico da aeronave em uma atitude que demanda muita potência, o que esse avião não tinha, logo depois ele perdeu a sustentação e entrou em parafuso, caindo ao chão", explicou o delegado ao G1.

Foto: Marcos Prado/TV Clube
Avião de pequeno porte cai em região de mata da Capital. Piloto morre carbonizado.

Irregularidades

As investigações preliminares apontam diversas falhas, contou Odilo. As irregularidades variam desde a documentação até a forma de pilotar a aeronave.

"O proprietário autorizou o piloto a manusear o avião, mas ele pegou o avião sem autorização do aeródromo, colocou 240 litros de combustível e em seguida voou. A aeronave tinha uma série de irregularidades, como o certificado de aeronavegabilidade cancelado e outras questões burocráticas estavam incorretas junto à Anac [Agência Nacional de Aviação Civil]", disse o delegado.

A aeronave possuía autonomia de voo de até 4h30 e seria levada para a cidade de Novo Progresso, no Pará, que fica a 3h30 de Teresina. Odilo ainda revelou que, em anos anteriores, o avião já havia sido usado para o tráfico de drogas, porém, a finalidade que ele teria agora é desconhecida.

"É uma série de indicativos de irregularidades. A situação inusitada é que o proprietário não se preocupou com a aeronave e não entrou em contato para saber o que aconteceu até o momento", declarou o delegado Odilo Sena.

Piloto morreu

Em uma entrevista a TV Clube, a família do piloto Leandro Holdefer contou que o mesmo estava terminando o curso de piloto. Ele morava em Novo Progresso e havia ido para a capital piauiense somente para fazer o translado da aeronave.

De acordo com os registros da Anac, o avião foi comprado no dia 2 de junho, pelo empresário Bruno Alencar Wachekowski, que já foi preso acusado de furtar aeronaves tendo, inclusive, em 2016, furtado um avião que pertencia a uma emissora de TV.

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